Bem, o espiritismo não proíbe nada nem é contra nada.

Mas vamos explicar melhor.

Espiritismo e religião

A ideia de proibir ou ser contra algo surge naturalmente ao vincular o espiritismo apenas como religião. Essa associação equivocada transfere tudo que é percebido como “religião” e atribui automaticamente ao “espiritismo”. O que não é correto.

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A religião convencional obriga, proíbe, impõe e cerceia o direito de opinião das criaturas. Não costuma respeitar a liberdade das pessoas, induz votos de fidelidade desde criança e diz o que elas devem e que não devem ler. Em grande maioria, não suportam que os seus adeptos estudem as demais religiões, questionem e muito menos discordem. Quanto mais desinformado o seu adepto, melhor. Esse é o entendimento comum sobre esse aspecto da religião, não é mesmo?

Porém o espiritismo não admite nada disto.

Ele não veio ao mundo com objetivo de ser religião, muito menos para competir com elas. Pelo contrário, veio para que os seus postulados servissem a todas elas.

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Tudo é permitido, mas nem tudo convém

A proposta do Espiritismo é de educação, sobretudo no aspecto moral. Objetiva fazer do homem hoje melhor que ontem, amanhã melhor que hoje, progredindo sempre com dignidade. Fazer às criaturas o que gostaria que fosse feito com ele, ao mesmo tempo em que não deve fazer o que não quer que façam com ele.

Para isso o espiritismo traz conhecimento sobre as leis divinas ou naturais. E um dos seus princípios básicos é o livre arbítrio (todas as coisas são permitidas), assim sendo, ela não é proibitiva, mas é instrutiva, no sentido de mostrar a verdade e ensinar o caminho para consegui-la.

A medida que nos desenvolvemos, percebemos os impactos das nossas ações, passamos a compreender o princípio de causa e efeito. Ou seja, toda ação provoca uma reação proporcional, seja positiva ou negativa.

O ensinamento do apóstolo Paulo, em sua 1ª epístola aos Coríntios, “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas edificam”sintetiza exatamente o “Livre Arbítrio e Causa e Efeito”.

Com a afirmação de que “tudo me é lícito”, ele mostra o livre arbítrio, mas é taxativo ao afirmar: “nem todas as coisas edificam”. Ou seja, nem todas as coisas nos conduzem para o bom caminho, e é aí que a lei de causa e efeito atua de maneira a fazer voltar o ser à direção correta caso ele tome o caminho equivocado.

Se você estiver se questionando se existe mesmo uma direção correta na vida, leia o artigo sobre as leis divinas ou naturais, talvez ajude no entendimento.

Veja também: Qual seria a direção correta na vida?

Não existe terceirização de responsabilidade

Portanto, ao compreender os princípios como o livre arbítrio e causa e efeito podemos melhorar a assertividade na tomada de decisões no dia a dia. Ajuda a discernir entre o que é certo (podemos e devemos fazer) e o que é errado (devemos evitar fazer) segundo as leis naturais e não apenas segundo as leis dos homens (ou que alguns deles pregam).

Ficará claro que ninguém, além de nós mesmos, será capaz de dizer o que nos é “proibido” ou seremos “contra”. Pois seremos nós que sofreremos as consequências, boas ou ruins, dessas decisões. Não existe terceirização da responsabilidade, mesmo que eu faça algo porque alguém disse para fazer, serei responsável se fizer.

Por isso é importante compreendermos os princípios que nos regem para não sermos ou ficarmos iludidos.

Sabemos que a lei divina é revelada aos homens à medida de sua condição evolutiva, isto nos leva a raciocinar que de acordo com a condição evolutiva da criatura é que ela vai analisar o que é justo ou não.

O espiritismo segue a orientação de Paulo para nos alertar: Podemos tudo, mas nem tudo nos convém. A doutrina espírita nos mostra as consequências dos nossos atos, portanto, a cobrança deve vir de nossa própria Consciência.